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terça-feira, 18 de outubro de 2011

HISTÓRICO DO PROJETO



Os índios do Parque Indigena do Xingu, no estado do Mato Grosso, possuem sua alimentação tradicional baseada principalmente em produtos advindos da agricultura e pesca.
Dentre esses produtos, se destaca o tracajá - Podocnemis unifilis. Esta iguaria é um dos principais componentes da dieta alimentar desses povos, sendo consumidos os ovos, filhotes e animais adultos. O consumo do tracajá é essencial sendo uma das poucas fontes de alguns dos micronutrientes essenciais ao ser humano. Além disso, o tracajá também tem sua importância cultural para esses povos, fazendo parte de ritos, mitos e representações culturais-artisticas.
Entretanto, nas duas últimas décadas, a pressão sobre as populações de tracajá vem acarretando na diminuição do seu número. Isto se deve ao crescente aumento populacional indígena dentro do Parque, somado ao intenso desmatamento no entorno e o aprimoramento na técnica de captura do animal.
Preocupados com esta situação e a possibilidade de faltar esta fonte alimentar no futuro, índios da aldeia Morená, da etnia Kamayurá, iniciaram um projeto próprio de manejo desta espécie. Para isso reservaram algumas praias do rio Xingu livres de predação (humana e de outros animais), a fim de recuperar a popuação de tracajás e aumentar novamente a disponibilidade desta fonte alimentar.
No Parque Indígena do Xingu, as atividades de proteção e manejo do tracajá começaram a ser desenvolvidas em 2004. A iniciativa partiu dos índios da etnia Kamayurá da aldeia Morená, com o intuito de recuperar a população de tracajá cuja população vinha decrescendo. Isso gerou preocupação nos índios uma vez que o tracajá faz parte da alimentação das comunidades indígenas do Xingu.
Em 2006, a Embrapa foi convidada a iniciar uma parceria com a aldeia, a fim de viabilizar o projeto, tanto tecnicamente, como financeiramente. O RAN/ICMBio foi convidado para integrar a equipe de técnicos, devido à sua  experiência e papel na conservação de quelônios.
Em 2007  foi iniciado o trabalho de campo junto com uma equipe de agentes de praia (membros da própria aldeia). Paralelamente, foi ministrado o primeiro curso de educação ambiental e manejo de tracajá, para representantes de outras aldeias e etnias do Parque, a fim de sensibilizar e apresentar o projeto aos demais povos  locais.
A partir de então, todos os anos a equipe do projeto faz o trabalho de manejo entre o final de julho a início de dezembro de cado ano, bem como ministra os cursos de educação ambiental.
O sucesso do projeto se reflete em números. Em 2007 foram soltos pouco mais de 1700 filhotes. Já em 2010, foram soltos mais de 10.400 filhotes, resultado tanto da melhoria e adequação das técnicas de manejo local, do empenho da equipe do projeto bem como pela concientização e apoio das demais aldeias do Parque.

Indígenas lendo o folder do projeto.

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