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terça-feira, 18 de outubro de 2011

BREVE HISTÓRICO DO PARQUE INDÍGENA DO XINGU

       O Parque Indígena do Xingu, situado na região Norte-Nordeste do estado do Mato Grosso, foi oficialmente criado no dia 14 de abril de 1961, através do Decreto 50.455, durante o efêmero governo do presidente Jânio Quadros, após mais de 10 anos de trabalho intenso dos irmãos Villas Boas, do Marechal Rondon, de Darcy Ribeiro, Noel Nutels, Café Filho dentre outros.
       A proposta original era de que o Parque tivesse uma área de 200.000 km2, mas, devido às pressões do governo estadual e de proprietários de terra, reduziu-se a apenas 21.600 km2. Posteriormente, em 1968, e, mais recentemente, teve sua área ampliada, para cerca de 30.000 km2.
A região foi primeiramente visitada e documentada em 1884, por Karl von den Steinen, que descreveu diversas tribos da área, que ainda hoje permanecem ali, como os Kamaiurá, Suiá, Yawalapití, registrando a sua localização geográfica e os seus costumes.
Em termos florísticos, o Parque se encontra em uma zona de transição entre os biomas Cerrado, ao sul, e a Floresta Amazônica, ao norte. Os rios Kuluene, Ronuro e Batoví se encontram dentro do Parque para formar o rio Xingu, cujo destino final é o rio Amazonas. Outros importantes rios desta bacia que cortam o parque são: Suiá-Missu, Maritsauá-Misú, Jarina, e Tatuari.
Atualmente, no Parque, vivem mais de 4.000 índios de 14 etnias distintas, pertencentes a seis troncos lingüísticos, demonstrando a grande diversidade cultural ali concentrada, algumas delas moradoras antigas do local, como os Yawalapiti e Kamaiurá, sendo que outras etnias foram remanejadas para o parque após sua criação oficial, em virtude dos conflitos de terra com fazendeiros, como é o caso dos Caiabí. Houve o exemplo de tribos que foram trazidas para o Parque e que retornaram à sua terra natal depois de algum tempo, como os Kranhacârore ou Panará.

Índios Kamayurá.
Índios que viviam mais de acordo com seus costumes até meados do século XX, começaram a sofrer gradativa e crescente influencia cultural de nossa sociedade, principalmente a partir de meados da década de 80, devido principalmente à criação dos postos de fronteira, em pontos estratégicos nos limites do Parque. Estes postos, onde famílias de índios passaram a morar, foram criados para fiscalização e para evitar invasões de madeireiros, pescadores e posseiros. Entretanto, além do objetivo de fiscalizar, os postos tornaram-se também pontos de saída e de entrada para o Parque.
O maior impacto não é apenas a facilidade de locomoção, incentivando que mais pessoas façam a viagem (tanto índios para a cidade, como pessoas da cidade para dentro do Parque), mas acaba por ser uma grande porta para troca e aquisição de mercadorias, como alimentos, combustível e bens de consumo da cidade, influindo na cultura, na alimentação e na saúde indígena.

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